"Ela me lançou olhos de fera. Olhos de fera calma que espreia a vítima, pronta para dar o bote. Há muitos que descrevem o segundo em que a paixão é concretizada como um momento de silêncio e calmaria, um transe-pisque-hindu, mas é mentira, e por assim ser, digo... É mentira. Não houve calmaria. Lentidão sim, mas não há calmaria. A respiração rugi como tambores. Era eu quem andava em direção a ela por pura fragilidade de caça. Na realidade podia ouvir o farfalhar da relva baixa, enquanto minha fera se esgueirava com fome. A paixão não é calma, a paixão é rapida, é abrupta. É Deus, os anjos e suas espadas. Ela corre pelo sangue, e com ele escorre pelo rompimento sobre a carne quando se é atingido. E ela, munidade da minha fé e sua beleza, cravou as pressas em minha jugular. Desde então , sou dela como o coelho pertence à mandíbula do lobo. E lhe amo como Deus ao pão e o vinho"
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