Sobre bebidas, abandono e um pai sem filho.
Quando o Sol baixou atrás das ondas, eu já havia deixado os lençóis em que passei todo o dia enrolado.
7 da manhã, minuciosamente cronometrado, o aroma de jantar recém preparado paira pelo jardim, em frente a minha porta, pórem, apenas o atravesso devagar, de mãos nos bolsos.
- Aqui.- Digo, entregando as chaves da minha moradia provisória à garota de sorriso simpático e estudado, para depois me lançar ao frio desconhecido da cidade.
Sinto o abraço esperançoso do Atlantico, salpicado de grãos de areia. Faço uma breve contagem de dias ( me certificando de quanto tempo ainda me resta tão próximo de mim mesmo) e deixo algumas moedas sobre aquele velho balcão. Poucas moedas compram o conhaque, o calor e um bocado de conversas.
Aquele falava sobre mudanças, o outro sobre construção civil. Esse falava sobre enbarcações e mulheres. Ele, o de olhos mais sofridos, falava sobre a morte do filho.
E entre o escutar e beber deixo o tempo correr e o frio, mais forte, frio de madrugada, me afagar os cabelos e levar ao quarto.
- Quarto 3.
Atravesso o jardim, novamente, tateando a memória.
Talvéz amanhã não faça tanto frio. Talvéz receba uma ligação.
Talvéz alguma criança nasça para sanar a dívida de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário