sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ideofobia

Confesso ser avesso às ideologias. Sustento meu apoio as ideias (que podem ser constituídos de coisa qualquer), mas não posso aceitar o idealogismo.Talvez considere todo aquele que seja utópico, mas não o combativo. Vejo garotos levantando bandeiras partidárias, políticas, econômicas e ouço suas necessidades de combate. Vejo-os posicionarem-se frente ao espelho e ajeitarem suas boinas militares de modo que seu "símbolo" esteja na mira de quem os olhar nos olhos. Vejo-os morderem os lábios na ansiedade de serem injetados a um mundo novo, algo sonhado, mas não seriam meros participantes de contexto, o sonho inclui a parada de boas vindas ao "libertador".

Como dizia antes, não sou um homem que despreza as idéias, sou apaixonado pelas ideias, apaixonado exatamente por seu espírito de confidencialismo verdadeiro. Um homem pode esculpir a imagem de um mundo ideal e, mais que depressa, odiar.

Criar ideais não significa segui-los, é multifacetar o mundo, mas aceitar o ideologismo é abraçar a idéia de outrem.

Ontem um conhecido vestiu sua bandeira vermelha e, por alguns minutos, fez-se a própria figura da revolução para todos os burgueses que o observavam enquanto comprava um capuccino numa cafeteria de shopping.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Manobra

Demarco meu espaço só com os olhos.
Hexágono de plumas.
territorialismo de silêncio

- Senhores, vislumbrem o faisão
recém degolado. Senhores,
compartilhem o sangue em suas mâos.

Por meu pecado escolha a omissão,
a omissão dos mudos que,
por imposição maior,
calam o grito ainda no estômago.

- Senhores, em minhas mãos
carrego o pó. Abdico a ostentação!
Lhes entrego os brios que me cabiam,
pois foi essa ufania que fez destas penas
a nossa divisa.