São Paulo é um emaranhado de metal vibrante.
É um castelo de concreto e luxúria. O sonho que perdeu o controle.
Na calçada os homens suam e olham as mulheres. Suam e olham pois não há espaço para o desejo.
A vida rola lenta. A vida, na verdade, não rola. é estática. O homem se movimenta por intermédio da roda e, aos poucos, vai se tornando a própria roda.
São as pernas humanas que movimentam os carros, os ônibus. A cidade fez dos homens e mulheres as locomotivas modernas. Expelimos fumaça pálida, rugimos o motor de nossos pulmões. Corremos sobre o emaranhado do metal vibrante.
Moro em São Paulo já faz um tempo considerável e me nego a ser uma locomotiva, porém, ando entre trilhos e um desvio de atenção pode me levar uma perna ou mais.
Um comentário:
...as engrenagens da metrópole...
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