O antigo não se apaga,
desliza pela velha gola
que ontem fazia pé à cabeça
e hoje bate à altura
do peito.
Ainda sou rio
de terra-rasgada.
Ainda sinto o cheiro
úmido
de cimento e chuva
que se casam
no canto rachado do quintal.
Antigamente sonhava
em entrar no porão
apertado
da casa de meus pais,
mas Luiz, meu amigo,
o mundo, hoje,
lhe é mais estreito.
3 comentários:
Gostei da parte do mundo "estreito". E das outras, mas particularmente desta.
Luiz, como acabei de dizer por msn, e repito aqui, adorei.
Dá pra captar exatamente o que você sentiu na hora de escrever. A leveza das palavras, a nostalgia e a melancolia que ficam pairando entre elas. Gostei bastante.
(PS: Amo! ;*)
É... Sorocaba. Vamos todos revendo o passado.
Muito bom poema, rapaz. De verdade.
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