terça-feira, 27 de outubro de 2009

Póstumo

Ela estava no fio da lâmina,
no mantra.
Cavalgando em estações,
em cada punho do Tinku.
Entre a lama, à beira do rio,
no vão de dedos descuidados.
Ela estava nos olhos do pastor.

Cuspida, pela manhã.
No amigo, na ciência,
no santo manto roxo aveludado.

Ela costumava estar
em pregos, em lanças
em sangue e pão.
Em medalhas pendentes
entre seios semi-aparentes.
Costumava e esteve
no marejar de olhos
em leitos e macas.

Costumava estar na
própria imagem do Sol,
e hoje, não está mais
nem em versos.

Um comentário:

Juliana Cominatto disse...

Já havia te dito, mas direi outra vez.

Temática forte, belo ritmo, ótimas palavras.
Gostei.


Amo ;*