A meia-noite já teria passado a tempo. Sem Hermes de Zeus, sem estalos no calçamento ou o corvo de Odin.
A luz fraca da lâmpada incandescente jorra entre as fendas da janela, as sombras dos móveis sussurram, conspiram, imitam o divino que lhes pertence por direito.
A fera, amarga, senta ao colo. A espada arranha a espinha dorsal. Os sapos, o caranguejo e a víbora.
Sem mais níqueis de Tânia. Ou lábios de Ivich. A ferida já aberta no peito do Leão veneziano.
A festa acabou, o conhaque acabou, mas a luz, amarela e lângiida espreita à janela.
O vírus e a água empoçada nos pulmões. O tiro já foi dado, a morte decretada.
Do nada ao caos e no caos a integração da ordem de argila, a paz cega e estúpida.
A estúpidez do nada.
Já teria passado a meia-noite. O pai já abandonará o filho, não seria a primeira vez.
Um comentário:
Que medo!
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