Há tempos que os sonhos cessaram e esfriaram os leitos.
Tudo que era azul e tudo que era negro se iluminou, e com eles o que lhes habitava.
O sol, que outrora inflava velas e páginas, hoje queima as folhas das plantas mais frágeis.
Me sento e observo o fim da migração. Pois, apesar dos alongados prédios, do asfalto baforento. Dos canos, dos fios, dos motores. Apesar das idéias, da pressa e das barreiras, permaneço sentado debaixo da velha ponte abandonada. Na velha estrada de terra. Castigado pelo mesmo sol e pelo antigo Pai Tempo.
Somos o coágulo do Tempo.
Um comentário:
"coágulo do tempo"... Genial!!!
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