O senhor se olhou no espelho
e viu o garoto que antes habitava
o espaço de suas rugas.
Já não tossia mais até a náusea,
nem fugia de agulhas
e quartos vazios quando a noite
caía,
Já precisava de lentes para enxergar
os letreiros ao longe,
e adquirira o hábito de sorrir por convenção.
E assim sorriu, quando não desejava fazê-lo,
ao refletir que hoje o seu medo
era saber o motivo,
amargo,
pelo qual se encarava em frente ao espelho.
2 comentários:
Também você voltando à infância?
Muito bom, rapaz.
Está ótimo. E eu vim ler você como forma teraupêtica, você é como Henry Miller e Oscar Wilde agora. Hahahah
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