O senhor se olhou no espelho
e viu o garoto que antes habitava
o espaço de suas rugas.
Já não tossia mais até a náusea,
nem fugia de agulhas
e quartos vazios quando a noite
caía,
Já precisava de lentes para enxergar
os letreiros ao longe,
e adquirira o hábito de sorrir por convenção.
E assim sorriu, quando não desejava fazê-lo,
ao refletir que hoje o seu medo
era saber o motivo,
amargo,
pelo qual se encarava em frente ao espelho.