Era mais do que apenas uma chuva fina. Era, de certa forma, um desmanchar lento e triste do céu, como se a força que antes o mantesse suspenso aos poucos fosse abrindo os dedos em desistencia.
As ruas tornam-se vazias, os homens se escondem em casa. Se escondem no trabalho. Apenas mantém os olhos, furtivos, por detrás das janelas. Evitam vislumbrar a queda como se evita assistir a morte de um animal.
E no canto mais baixo da rua, onde não há para onde fugir, a existencia se empoça.